RE, 24/01/2015
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| Matías Millán deu a vitória e o acenso ao Chaná (RE) |
Defensor sente a maratona de decisões, erra muito na partida, fica com um jogador a menos durante todo o segundo tempo e adia o sonho da Divisional A.
Como dizem, o jogo se ganha dentro do campo com muita aplicação e atenção.
Em um jogo onde deveria preponderar a tranquilidade e a posse de bola para os gols saírem ao natural, o time violeta começou muito nervoso nos primeiros minutos de jogo e com uma entregada de bola no meio de campo, tomou um contra ataque rápido pelo lado direito com a defesa fora do lugar e aos 5 minutos e meio Matías Millán deu a vitória para o Club Atlético Chaná.
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| Alegria dos vitoriosos e tristeza dos derrotados, isso é o esporte RE) |
Depois do gol sofrido o Defensor entrou no jogo, dominou até o final da primeira etapa, teve umas duas chances com bola parada, mas não conseguiu penetrar na defensiva tricolor. O sacrifício do jogador Marlon nessa partida por certos momentos prejudicou o time violeta, a não ser a unica chance de gol que ele teve quando chegou antes da defensiva de Chaná dentro da área, desviou a bola do goleiro mas pegou no poste e não entrou, no demais ele tentou alguns lances de profundidade mas a contusão no tornozelo o venceu, passou na maioria do tempo no chão sentindo dores e aos 23 do tempo final deixou o jogo substituído por Jô.
No segundo tempo o técnico Nei voltou com André no lugar de Rafinha para tentar ajudar Marlon no ataque, mas seu planejamento foi por água a baixo quando aos 7 minutos perdeu Rai depois de um carrinho do marcador artiguense que atingiu seu tornozelo tirando-o do jogo, entrou em seu lugar Samuka Ximenes, e aos 11 com a expulsão de Kléberson que revidou com uma cotovelada o agarrão do seu marcador e foi expulso.
Os violetas ainda tiveram um lance claro para empatar mas que não foi aproveitado por Fio que recebendo um cruzamento de Lúcio do fundo de campo, não chutou de primeira e ao dominar foi desarmado.
Com um a menos e com o time muito desfigurado, o Defensor ainda tentou o gol de empate de forma desesperada e levou muitos contra ataques que não foram aproveitados pelo Chaná, muitos lances de forma bisonha seus atacantes frente a frente com o goleiro Lucas perderam de matar o jogo antes do apito final do arbitro.
A diferença neste jogo a favor do Chaná que se beneficiou com o término de empréstimo de jogadores em 31 de dezembro do ano que passou, tendo o retorno ao clube do experiente jogador Carlito Corrêa que jogou a Divisional A para o Centenario e que neste jogo com a sua habilidade e com a bola nos pés fez o jogo fluir com bons passes e jogadas longas para os atacantes que não souberam aproveitar, Enquanto a defesa tirava a bola de traz de qualquer forma, Carlito comandou o meio de campo e segurou o resultado.
A derrota e a perda do acenso do Defensor, não deve ser considerada como terra arrasada tendo em vista que o grupo é bom, tem em Nei Ferraz um qualificado treinador que remodelou a maneira do clube disputar essa complicada competição, fez um bom campeonato, teve problemas extra campo que prejudicaram a equipe durante a competição, mas de tudo isso pode se tirar um bom proveito. Embora poderá perder algumas peças, outras virão para qualificar ainda mais o time.
Com um bom planejamento e um trabalho bem feito nos pontos falhos que houveram e as lições que ficaram, o clube tem tudo para fazer uma temporada exitosa em 2015.
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Acompanhei o Defensor durante quase todo o campeonato, fiz muitas amizades nesse grupo de pessoas de bem e isso é gratificante. Vi um clube que respeitou seus adversários mesmos nas adversidades, foi leal com todos desde as guarnições de serviço nos jogos, os árbitros, a diretoria da liga e até os periodistas.
Mas hoje não gostei da maneira que um senhor de idade que estava em minha frente, se dirigia aos jogadores do Defensor, com palavra ofensivas, desnecessárias e ignorando a quantidade de quaraienses que estavam próximos a ele, até tomei as dores do jogador Rai que recebeu uma falta por trás que o tirou do jogo.
O senhor falou quando o jogador caído se retorcia de dor: Dale dale que son jodidos os brasileros eses! essas foram suas palavras e eu fiquei pensando por que alguns artiguenses são assim, onde esta a irmandade que falam, será que somos jodidos na hora que os tratamos bem quando vem fazer suas compras aqui em Quaraí?
Aproveitando a oportunidade, ouvi certa vez no Aluízio Falcão um arbitro importante da liga de Artigas dizer que achava muito difícil o Defensor subir para a Divisional A, porque a liga jamais permitiria que um clube brasileiro participasse do campeonato mais importante da vizinha cidade.
Já tinha ouvido isso de mais gente. Mas que clube brasileiro é o Defensor? Pelo que eu sei o Defensor a muitos anos atrás foi fundado em Artigas e se hoje é dirigido por brasileiros, não deixou de ser um clube de Artigas.
Mas tudo bem, um dia talvez isso mude, para o bem do fair play do futebol da fronteira.


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