sexta-feira, 27 de março de 2020

Everton Souza preparador físico da base do Clube Esportivo Bento Gonçalves

Levando Quaraí na ponta da chuteira
Everton Souza um profissional a serviço do futebol (Divulgação)
A série "Os quaraienses no futebol profissional pelo Brasil e exterior" parceria do blog Resenha Esportiva e Folha de Quaraí, traz hoje o preparador físico Everton Luiz Costa de Souza. 

Conversamos sobre sua profissão e como ele vê a situação da preparação física no futebol atual e no futuro. 

Quem é Everton Souza 

O jovem preparador físico atualmente trabalhando na base do Clube Esportivo de Bento Gonçalves é um quaraiense filho do empresário José Luiz Teixeira de Souza e de Nosania Costa de Souza. 

Everton é licenciado e bacharel em educação física com formação entre os anos de 2014 e 2016. 

Nessa árdua missão de dar o suporte necessário para que o atleta tenha uma boa condição física e evite futuras lesões, deu seus primeiros passos na Escolinha Ruben Paz do Alvíssimo “Bozó”, no ano de 2015 até o início de 2016.Passou por clubes amadores como Defensor e Zorrilla ambos da cidade de Artigas/URU e na Associação Ruben Paz, antes de chegar a Associação Nova Prata em meados de 2017 na preparação da equipe para a disputa da Segunda Divisão do Gaúcho, se transferindo antes da competição para o SC Gaúcho de Passo Fundo onde teve a sua primeira experiência trabalhando no futebol profissional do interior do RS. 
No Gaúcho de Passo Fundo a experiência no futebol profissional (Divulgação)
Trabalho do preparador físico na equipe 

Atualmente o trabalho do preparador físico está muito mais integrado, junto ao treinador da equipe, assim como dos outros profissionais que fazem parte de uma comissão técnica. Elaboramos os trabalhos buscando sempre alinhar com aquilo que o treinador pede em termos do modelo de jogo. 

Formação que o profissional necessita 

Sobre a formação que o profissional necessita para exercer essa função, Everton diz que primeiramente tem que ter a graduação em educação física, mas que isso é o mínimo, pois a busca por cursos mais específicos relacionados a modalidade em que se quer , é uma forma para se aperfeiçoar dentro dela, cursos de pós graduação por exemplo. 

A técnica no trabalho 

Uma das técnicas modernas na integração do trabalho físico com o técnico é o trabalho com bola, hoje mais usado do que em outras épocas, e isso é um fato. Costumo dizer que todo treino ele se torna um trabalho físico independente se for com ou sem a presença da bola. Para tudo vai ser exigido uma demanda física, mas mesmo o trabalho sem a bola, ele pode se tornar um trabalho tático. Tudo vai depender da forma como for feito, através de exercícios ou dos tipos de movimentações. Assim, naturalmente o trabalho com bola já se torna um trabalho técnico. 

Fisiologia na preparação física 

Sabe-se que essa função também é exercida pelo profissional de Educação física que faz a leitura inicial dos atletas por meio das avaliações físicas e fisiológicas. No meu caso, não faço a função do fisiologista. O fisiologista hoje em dia trabalha com recursos mais eletrônicos, muitas vezes controlando as ações dos atletas, intensidades de treino, em tempo real e após repassa ao preparador físico as respostas que o treinamento vem trazendo. Ainda é uma realidade que não vivemos dentro de nosso trabalho atual. 

A importância do profissional na categoria de base 

O profissional de educação física deve ter o entendimento de todo processo de desenvolvimento de uma criança em categorias iniciais até o último estágio antes da categoria profissional. Entender o processo de maturação e saber desenvolver cargas de treinos adequadas a idade, não deixa de ser um trabalho extremamente difícil e não menos importante do que o feito na categoria profissional. 
Na Escolinha Ruben Paz os primeiros passos (Divulgação)
Mercado atual, oportunidade e remuneração do preparador físico 

O mercado sempre tem seus altos e baixos. Tenho visto um crescimento no número de equipes profissionais e de base nestes últimos tempos. Consequentemente as oportunidades acabam aumentando. Em termos de remuneração as coisas variam muito, costumo associar isso a organização dos clubes. Um clube organizado e com bom planejamento, tem a tendência a remunerar bem seus profissionais. Com tudo, isso varia muito. 

O caminho para quem quer ingressar nessa área 

O primeiro de tudo é estar formado em educação física. Gostar do que se faz e muito estudo. Se atualizar e ter uma mente aberta para coisas novas e estar sempre acompanhando aquilo que a ciência está mostrando, não existe um método de treino melhor ou pior mas sim devemos fazer o máximo e nos adaptar dentro daquilo que temos em mãos e que seja a filosofia do clube. 

O futuro da preparação física no Brasil 

Vejo excelentes profissionais no país, com atualização constante. Nossos profissionais não perdem em nada em conhecimento comparado com os que vem de fora. Vejo muitos elogios a nossa preparação física, talvez não tenhamos grandes estruturas de trabalho em comparação a outros países como na Europa e Ásia, mas temos grandes profissionais no país. 

A crítica que sempre faço é em relação ao planejamento dos clubes, creio que necessitamos de pessoas que atuem com mais profissionalismo dentro da organização dos clubes, como um todo. Iniciando pela área administrativa e consequentemente chegando ao gramado. 

O resultado de campo (ganhar ou perder), infelizmente ainda é muito levado em consideração para avaliar nosso trabalho. Os resultados vão aparecer conforme a continuidade daquilo que foi planejado, e não com a troca de profissionais a todo momento. 

Trazendo para minha realidade que é a categoria de base, isso se torna um pouco melhor. Normalmente temos mais continuidade de trabalho. Então, creio que continuaremos a evoluir na preparação física. 

A temporada da base do clube atual nas disputas do Estadual Gaúcho 

Nosso planejamento aqui no Esportivo é de disputar os campeonatos Estadual Sub 15 e Sub 17, além de mais duas competições regionais ´nas categorias Sub 15 e Sub 16. 

Aqui nosso trabalho é de integração, auxiliamos as duas categorias sempre que possível, além das inferiores e do trabalho direto com a categoria iniciação que envolve crianças de 5 a 8 anos. 

O futuro dos clubes pós pandemia COVID-19 

Com essa pandemia muitos clubes passarão por dificuldades financeiras, o futebol será muito afetado. Creio que deva prevalecer o bom senso entre clubes e federações estaduais para a continuidade do futebol no restante do ano. No meu ponto de vista, as competições estaduais de primeira divisão devem ser encerradas. 

Agradecemos o preparador físico Everton Souza por ter aceitado nosso convite e relatar um pouco dos seus conhecimentos aos nossos leitores.


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